Estrangulamento externo e estagnação: o papel dos constrangimentos estruturais endógenos e exógenos na longa prostração argentina

Rodrigo Luiz Medeiros Silva

Resumo


Durante cinco décadas após 1929, e particularmente durante o último quarto do século XX, a Argentina foi via de regra percebida como caso extremo de estagnação econômica. Assim, ela se tornou um convencional “caso de estudo” para economistas ortodoxos e heterodoxos. Para os liberais, seu malogro econômico decorreria do intervencionismo introvertido supostamente abraçado por suas autoridades. Ao contrário, os estatistas advogam que políticas liberais, ou um intervencionismo malconduzido, causariam as adversidades. Nesse debate dual, é comum que se negligencie a análise de como as vicissitudes do cenário externo poderiam perturbar o funcionamento da economia argentina, limitando o espectro de opções disponíveis aos atores locais. Este artigo é uma tentativa de caracterizar a compressão histórica das oportunidades comerciais abertas a este país, determinando uma carência cambial de longo termo, e sua gradual desestabilização macroeconômica.


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