O subdesenvolvimento no pensamento de Celso Furtado um diagnóstico dinâmico (1950-64)

Wilson Vieira

Resumo


O presente trabalho tem como objetivo expor a evolução do diagnóstico do subdesenvolvimento no pensamento de Celso Furtado entre 1950 e 1964, período de atuação na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e na Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), dentro da hipótese de que ele elabora um diagnóstico dinâmico do subdesenvolvimento, que no decorrer do tempo ganha um caráter mais amplo (além dos marcos da ciência econômica), reflexo do quadro de crise econômica no início da década de 1960 no Brasil. A fim de que tal intento seja alcançado, analisaremos suas obras no período 1950-64, da perspectiva da sociologia do conhecimento de Karl Mannheim, isto é, situando-as no quadro social, político e econômico vivido no período e também no debate sobre a temática do subdesenvolvimento, em especial na América Latina.


Texto completo:

PDF

Referências


BIELSCHOWSKY, R.. Pensamento econômico brasileiro: o ciclo ideológico do desenvolvimentismo. 5a edição. Rio de Janeiro: Contraponto, 2000.

CEPÊDA, V. A. Roberto Simonsen e a formação da ideologia industrial no Brasil: limites e impasses. Tese de doutorado em ciência política. São Paulo: FFLCH/USP, 2003.

FURTADO, C. Economia colonial no Brasil nos séculos XVI e XVII. Tese de doutorado (1948). São Paulo: Hucitec/ ABPHE, 2001.

_____. “Características gerais da economia brasileira”. Revista Brasileira de Economia, ano 4, no 1. Rio de Janeiro: FGV, , março 1950, pp. 7-36.

_____. “Formação de capital e desenvolvimento econômico”. Memórias do Desenvolvimento, ano 1, no 1. Rio de Janeiro: Centro Internacional Celso Furtado de Políticas Públicas para o Desenvolvimento, junho 2007, pp. 193-229 (publicado originalmente na Revista Brasileira de Economia, ano 6, no 3, setembro de 1952).

_____. A economia brasileira. Rio de Janeiro: A Noite, 1954.

_____. Uma economia dependente. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura, 1956.

_____. Perspectivas da economia brasileira. Rio de Janeiro: Iseb, 1958.

_____. Formação econômica do Brasil. 34a edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2007 (1a edição: 1959).

_____. Desenvolvimento e subdesenvolvimento. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961.

_____. A pré-revolução brasileira. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1962.

_____. Dialética do desenvolvimento. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1964.

_____. A fantasia organizada. Rio de Janeiro: Paz&Terra, 1985.

_____. A fantasia desfeita. Rio de Janeiro: Paz&Terra, 1989.

GRUPO DE TRABALHO PARA O DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE. “Uma política de desenvolvimento econômico para o Nordeste”. Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa Nacional, 1959.

GURRIERI, Adolfo. La Obra de Prebisch en la Cepal. México: Fondo de Cultura Económica, 1982.

HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX (1914-1991). São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

MALLORQUIN, Carlos. “Lucha, Poder y Desencanto: Los Primeros Tiempos de Celso Furtado”. In MARINI, R. M. e MILLÁN, M. (orgs.), La Teoría Social Latinoamericana: Subdesarrollo y Dependencia, vol. II. México: Ediciones El Caballito, 1994, pp. 41-72.

_____. Celso Furtado: um retrato intelectual. São Paulo: Xamã; Rio de Janeiro: Contraponto, 2005.

MANNHEIM, K. Ideologia e utopia. Rio de Janeiro: Zahar, 1972 (publicado originalmente em alemão em 1929).

MANTEGA, G. A economia política brasileira. Petrópolis: Vozes; São Paulo: Polis, 1984.

MILLIKAN, M. F. & BLACKMER, D. L. M. (orgs.). Nações em desenvolvimento: a sua evolução e a política americana. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1963.

MYRDAL, G. Teoria econômica e regiões subdesenvolvidas. 3a edição. Rio de Janeiro: Saga, 1972 (publicado originalmente em inglês em 1956).

NURKSE, R. Problemas da formação de capital em países subdesenvolvidos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1957. Publicado em versão anterior na Revista Brasileira de Economia, ano 5, nº 4, reunindo seis conferências proferidas no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, dezembro 1951; as conferências foram republicadas depois em Memórias do Desenvolvimento, ano 1, no 1. Rio de Janeiro: Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, , junho 2007, pp. 17-192.

PREBISCH, R. “El Desarrollo Económico de la América Latina y Algunos de sus Principales Problemas”. In Estudio Económico de la América Latina 1948. Santiago do Chile: Cepal, 1949.

_____. Estudio Económico de la América Latina 1949. Santiago do Chile: Cepal, 1950.

_____. Problemas Teóricos y Prácticos del Crecimiento Económico. Santiago do Chile: Cepal, 1951.

_____. “El Estímulo de la Demanda, las Intervenciones y la Aceleración del Ritmo de Crecimiento”. In Estudio Económico de la América Latina 1954. Santiago do Chile: Cepal, 1955.

_____. “La Política Comercial en los Países Insuficientemente Desarrollados (Desde el Punto de Vista Latinoamericano). Economía, nos 69-70, vols. XIX e XX. Santiago do Chile: 1960-61 (publicado originalmente em inglês em 1959a), pp. 25-45.

_____. El Mercado Común Latinoamericano (primera parte). Nova York: ONU, 1959b.

_____. Dinâmica do desenvolvimento latino-americano. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1964a (publicado originalmente em espanhol em 1963)

_____. Nueva Política Comercial para El Desarrollo. México: Fondo de Cultura Económica, 1964b.

RÊGO, R. M. L. Sentimento do Brasil: Caio Prado Júnior – Continuidades e mudanças no desenvolvimento da sociedade brasileira. Campinas: Editora da Unicamp, 2000.

REINO, J. E. “La Concepción Inicial de Raúl Prebisch y sus Transformaciones”. In MARINI, R. M. & MILÁN, M. (orgs.). La Teoría Social Latinoamericana, vol. II: Subdesarrollo y Dependencia. México: Ediciones El Caballito, 1994, pp. 17-40.

ROSTOW, W. W. Etapas do desenvolvimento econômico: um manifesto não comunista. Rio de Janeiro: Zahar, 1964 (1a edição: 1961).

SINGER, H.. “Comércio e investimentos em áreas subdesenvolvidas”. Revista Brasileira de Economia, ano 4, no 1. Rio de Janeiro: FGV, março 1950, pp. 81-101.

TOLEDO, C. N. Iseb: fábrica de ideologias. Campinas: Editora da Unicamp, 1997.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.