Comércio exterior do Nordeste (1990-2008) e dilemas de política pública em uma economia pobre com pauta concentrada
Resumo
Este artigo tem como objetivo apresentar uma síntese do movimento do comércio exterior da Região Nordeste do Brasil no período 1991 a 2008. Este período é dividido em duas fases: do início da abertura nos anos 1990 e a partir do ano 2000. A periodização adotada permite comparação entre duas décadas e a captação da difícil e demorada inserção do Nordeste pós-abertura da economia brasileira, sua efetivação e principais resultados dela. Os resultados sustentam que a região nos anos 2000 ainda continua pouco aberta ao comércio externo e as vendas permanecem concentrados em setores tradicionais da pauta, intensivos em recursos naturais, em energia e de baixo conteúdo tecnológico. Ocorreu mudança quantitativa na pauta exportadora e nas posições relativas entre os setores, consequência do comportamento da demanda de parceiros comerciais como Estados Unidos e China. As exportações dos estados nordestinos revelam simplesmente suas especificidades em recursos naturais e mão de obra barata ou criada via política pública. Portanto, qualquer estímulo oriundo de preço internacional, de demanda ou de incentivo fiscal que venha a alavancar as vendas para o setor externo resulta forçosamente em uma mudança de importância dos setores ou mesmo em uma queda da concentração.
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