Editorial | Nº 4
Resumo
O quarto número de Cadernos do Desenvolvimento traz um precioso conjunto de informações e reflexões para todos os que se interessam em estudar os desequilíbrios e as desigualdades do país. Aqui estão as atas de cinco seminários realizados pelo Centro Celso Furtado em 2006, sobre os desafios da energia, os projetos estruturantes de integração do território, as comunicações, a questão metropolitana, as políticas de saúde.
Em suas intervenções, especialistas e professores convidados pelo Centro demonstram ora inquietação ora esperança, mas sempre lucidez diante da magnitude dos problemas. O panorama energético brasileiro dá margem a certo otimismo: representamos 2% do mercado mundial de petróleo, o que parece pouco mas corresponde à dimensão da Inglaterra ou da França; e temos o maior potencial de recursos hídricos, o que propicia a expansão de energia limpa em tempos de danos ambientais ao planeta. Já o seminário dedicado aos projetos estruturantes expõe as sérias insuficiências acumuladas em investimentos de infra-estrutura, em especial nos transportes. O mesmo ocorre com as comunicações. Mas nossos gargalos são mesmo a questão das cidades e a da saúde. A favelização das metrópoles brasileiras — que atingia, em 1980, 1,89% da população, e onze anos depois, 3,28% —, com seu corolário de precarização e violência, é tão grave como as carências ressentidas na área da saúde. Se o Sistema Único de Saúde foi um avanço e hoje atende a três quartos dos brasileiros, parece não dar conta das heterogeneidades sociais e econômicas do país.
Uma via alternativa para lidar com problemas dessa ordem têm sido os movimentos sociais. Sua eficiência e suas deficiências foram debatidas em fins de maio de 2008 na conferência internacional sobre Democracia e Desenvolvimento na América Latina, realizada em São Paulo. As conclusões desse encontro abrem este número de Cadernos do Desenvolvimento.
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