Celso Furtado e a história do Brasil: um romance inacabado
Resumo
O objetivo deste artigo é discorrer sobre a fusão do personagem Celso Furtado com a história brasileira (encarada aqui como outro personagem), que encontra o seu ápice com a publicação de Formação Econômica do Brasil em 1959. A interação entre estes dois personagens do romance assume novas configurações a partir de 1964. Desentranhado da história do Brasil à força, Furtado aprimora o seu esquema metodológico e amplia o alcance dos seus conceitos para destrinchar o novo “modelo” brasileiro. Quando da redemocratização, o intelectual percebe que não tem mais papel relevante a cumprir na seara política. Dedica-se então a recuperar o seu papel na história, ao mesmo tempo em que sintetiza os impasses vividos pelo Brasil e delineia os novos contornos do “capitalismo global”. A caravana em torno do seu centenário, em 2020, expressa o quanto a sua obra e a sua trajetória seguem influenciando intelectuais e movimentos sociais no Brasil do século XXI, uma espécie de “eterno retorno” que provoca combustões criativas de todos os tipos.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFReferências
BARBOSA, Alexandre de Freitas. Celso Furtado, intérprete do Brasil. Revista do IEB, n. 78, 2021.
BARBOSA, Alexandre de Freitas. Formação Econômica do Brasil, Sessenta anos depois. In: SAES, Alexandre Macchione; BARBOSA, Alexandre de Freitas (Orgs.). Celso Furtado e os 60 de anos de Formação
Econômica do Brasil. São Paulo: Ed. SESC, 2021.
CALVINO, Italo. O cavaleiro inexistente. In: Os nossos antepassados. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.
D’AGUIAR, Rosa Freire (Org.). Celso Furtado: Correspondência intelectual: 1949-2004. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.
FERRER, Aldo. La economía argentina: desde sus orígenes hasta princípios del siglo XXI. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2004.
FURTADO, Celso. A Construção Interrompida. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
FURTADO, Celso. A Fantasia Organizada. 5ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1985.
FURTADO, Celso. A Pré-Revolução Brasileira. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1962.
FURTADO, Celso. Analyse Économique et Histoire Quantitative. In: L’Histoire Quantitative du Brésil de 1800 a 1930. Coloques Internationaux du C. N. R. S., Paris, 11-15 out. 1971.
FURTADO, Celso. Criatividade e dependência na civilização industrial. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
FURTADO, Celso. Diários Intermitentes, 1937-3002. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1959.
FURTADO, Celso. O mito do desenvolvimento econômico. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974.
FURTADO, Celso. Os ares do mundo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.
FURTADO, Celso. Os inimigos de Chopin. [Revista da Semana, 14 de abril de 1942]. In: D’AGUIAR, Rosa Freire (Org.). Anos de Formação: 1938-1948. Rio de Janeiro: Contraponto; Centro Celso Furtado, 2014.
IGLESIAS, Francisco. Prefácio à Edição Especial da Coleção Biblioteca Básica Brasileira – UnB (1963). In: FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. Edição Comemorativa de 50 anos. São Paulo:
Companhia das Letras, 2009.
OLIVEIRA, Francisco. A navegação venturosa: ensaios sobre Celso Furtado. São Paulo: Boitempo, 2003.
RICUPERO, Rubens. Celso Furtado, pensador global. Revista do IEB, n. 78, 2021.
SAES, Alexandre Macchione; SOARES, José Alex Rego. Ideias e método de Celso Furtado para pensar o século XXI. História Econômica & História de Empresas, v. 24, n. 1, jan.-abr. 2021.
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.