Intérpretes do pensamento desenvolvimentista
Resumo
Há muito os Cadernos do Desenvolvimento planejavam a entrevista com o ex-senador Roberto Saturnino Braga, atual diretor-presidente do Centro Internacional Celso Furtado. Esta oportunidade se apresentou em janeiro de 2016, quando Braga recebeu em seu apartamento do Leblon, no Rio de Janeiro, seus entrevistadores: Luiz Carlos Delorme Prado, David Kupfer, Ricardo Bielschowsky, Rosa Freire d’Aguiar, via skype, e Carmem Feijó.
Em quase quatro horas de conversa, o ex-senador discorreu sobre sua longa carreira como funcionário concursado do BNDE e sua vida pública, iniciada em 1963, quando foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, com apenas 31 anos. Como filho e neto de políticos, ele sempre teve a política nas conversas da família. Sua atuação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal foi marcada pelas grandes discussões sobre questões econômicas, em particular a defesa da atuação das empresas estatais em prol do desenvolvimento econômico. Prefeito do Rio de Janeiro de 1986 a 1988, ele implementou de forma pioneira a gestão participativa da cidade, experiência muito à frente do seu tempo em termos de administração municipal. Contudo, desavenças na política levaram ao episódio traumático da falência da Prefeitura, com um desgaste pessoal que durou alguns anos para se dissipar. A volta à vida pública ocorreu em 1999, com sua eleição ao Senado Federal, agora em um contexto político democrático. Saturnino Braga se retirou da vida parlamentar em 2007, após 40 anos de militância política ilibada. Publicar em Cadernos do Desenvolvimento o seu testemunho, em um momento em que o país presencia escândalos financeiros ligados a políticos em altos postos do Parlamento brasileiro, é um privilégio que o Centro Celso Furtado tem a honra de proporcionar aos seus leitores.
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