Celso Furtado e os dilemas da indústria e inovação no Brasil

José E. Cassiolato, Helena M. M. Lastres

Resumo


Nos últimos 25 anos, a hegemonia da visão neoliberal em muito contribuiu para reduzir a complexidade do debate sobre desenvolvimento — e sobre o papel do planejamento de longo prazo e dos projetos nacionais — a uma agenda centrada na eliminação dos obstáculos ao livre funcionamento do mercado. Importantes aportes ressurgem e ajudam a requalificar tais teses superficiais e a explicar a dinâmica e as dificuldades atuais enfrentadas pelo capitalismo. Porém, continuam sendo ignoradas significativas contribuições, particularmente as de Celso Furtado, que continuam iluminando a compreensão do processo de desenvolvimento e do papel do progresso técnico, assim como as especificidades e dilemas das economias periféricas.


Texto completo:

PDF

Referências


BRAGA, R. S. Posfácio. In: SOUZA, P. (Org.). Brasil, sociedade em movimento. São Paulo: Paz e Terra, 2015.

CANO, W. Desindustrialização no Brasil. In: Economia e Sociedade, vol. 21, n. Especial, p. 831-851, 2012.

CASSIOLATO, J. E. Que futuro para a indústria brasileira. In: O futuro da indústria, oportunidades e desafios: a reflexão da universidade. Brasília: MDIC/IEL Nacional, 2001.

_______; LASTRES, H. M. M. Sistemas de inovação e desenvolvimento: as implicações de política. In: São Paulo em Perspectiva, vol. 19, n.1, p.34-45, jan./mar. 2005.

______. Discussing innovation and development: Converging points between the Latin American school and the Innovation Systems perspective? In: Globelics Working Paper Series, 08-02. 2008.

______. Introduction. In: CASSIOLATO, J. E; VITORINO, V. (Eds.) BRICS and Development Alternatives: Innovation systems and policies. Londres: Anthem Press, 2011.

_______; SZAPIRO, M; LASTRES, H. M. M. Dilemas e perspectivas da política de inovação. In: BARBOSA, N.; MARCONI, N.; PINHEIRO, M.; CARVALHO, L. Indústria e desenvolvimento no Brasil. São Paulo: Ed. da FGV, 2015.

CASSIOLATO, J. E._______; LASTRES, H. M. M.; SZAPIRO, M.; VARGAS, M. A. Local systems of innovation in Brazil, development and transnational corporations: a preliminary assessment based on empirical results of a research project. In: Druid Conference. Aalborg, Dinamarca: University of Aalborg, 2001.

CASSIOLATO, J. E._______; LASTRES, H. M. M.; MACIEL, M. L. (Eds.). Systems of innovation and development: evidence from Brazil. Cheltenham, Inglaterra]: Edward Elgar, 2003.

CASSIOLATO, J. E.; LASTRES, H. M. M. Sistemas de inovação e desenvolvimento: as implicações de política. In: São Paulo em Perspectiva, vol. 19, n.1, p.34-45, jan./mar. 2005.

______. Discussing innovation and development: Converging points between the Latin American school and the Innovation Systems perspective? In: Globelics Working Paper Series, 08-02. 2008.

______. Introduction. In: CASSIOLATO, J. E; VITORINO, V. (Eds.) BRICS and Development Alternatives: Innovation systems and policies. Londres: Anthem Press, 2011.

_______CASSIOLATO, J. E.; ZUCOLOTO, G.; TAVARES, J. M. H. Empresas transnacionais e desenvolvimento tecnológico brasileiro: uma análise a partir das contribuições de François Chesnais. In: CASSIOLATO, J. E.; MATOS, M. P. M.; LASTRES, H. M. M. (Eds.) Desenvolvimento e mundialização: O Brasil e o pensamento de François Chesnais. Rio de Janeiro: E-papers, 2014.

CASSIOLATO, J. E.; SZAPIRO, M; LASTRES, H. M. M. Dilemas e perspectivas da política de inovação. In: BARBOSA, N.; MARCONI, N.; PINHEIRO, M.; CARVALHO, L. Indústria e desenvolvimento no Brasil. São Paulo: Ed. da FGV, 2015.

CHESNAIS, F. National systems of innovation, foreign direct investment and the operations of multinational enterprises. In: LUNDVALL, B. A. (Ed.) National innovation systems: towards a theory of innovation and interactive learning. Londres: Pinter, 1992.

______. Present international patterns of foreign direct investment; underlying causes and some policy implications for Brazil. In: The international standing of Brazil in the 1990s. Campinas, São Paulo: Instituto de Economia/Unicamp, p. 26-30, mar. 1990.

CHESNAIS, F.; SAUVIAT, C. The financing of innovation-related investment in the contemporary global finance-dominated accumulation regime. In: CASSIOLATO, J. E.; LASTRES, H. M. M.; MACIEL, M. L. (Eds.) Systems of innovation and development: evidence from Brazil. Cheltenham: Edward Elgar, 2003, p. 61-118.

EVENETT, S. J. The Global Trade Disorder. The 16th GTA Report. CEPR, 2014.

_______EVENETT, S.J.; FRITZ, J. The tide turns? Trade, protectionism, and slowing global growth. In: The 18th Global Trade Alert Report. CEPR, 2014.

FAJNZYLBER, F. Industrializacion en America Latina: de la “Caja Negra” al “Casillero Vacio”: Comparacion de patrones contemporaneos de industrializacion. In: Cuadernos de la Cepal, 60. Santiago de Chile: Cepal/FAO, 1989.

FERRANTINO, M. J.; TAGLIONI, D. Global value chains in the current trade slowdown. In: World Bank Economic Premise, n. 138, 2014.

FIORI, J. L. Sistema mundial: império e pauperização para retomar o pensamento crítico latino-americano. In: FIORI, J. L.; MEDEIROS, C. (Org.), Polarização mundial e crescimento. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2001.

FREEMAN, C. Technological infrastructure and international competitiveness. Texto submetido ao grupo ad hoc em ciência, tecnologia e competitividade da OCDE. Paris: OCDE, 1982.

FURTADO, A. Progresso técnico no pensamento de Celso Furtado. In: CORSI, F.; CAMARGO, J. (Org.). Celso Furtado: os desafios do desenvolvimento. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010.

FURTADO, C. Os desafios da nova geração. In: Revista de Economia Política, vol. 24, n. 4 (96), out.-dez., 2004, p. 485-486.

______. Em busca de novo modelo. Reflexões sobre a crise contemporânea. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

______. O longo amanhecer. Reflexões sobre a formação do Brasil. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

______. O capitalismo global. São Paulo: Paz e Terra, 1998.

______. Brasil: a construção interrompida. São Paulo: Paz e Terra, 1992.

______. Transformação e crise na economia mundial. São Paulo: Paz e Terra 1987.

______. El subdesarrollo latinoamericano. Ensayos de Celso Furtado. México: Fondo de Cultura Económica, 1983.

______. Estado e empresas transnacionais na industrialização periférica. In: Revista de Economia Política, vol.1, n.1, jan./mar. 1981.

______. O mito do desenvolvimento econômico. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974.

______. Teoria e política do desenvolvimento econômico. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1967.

______. Desenvolvimento e subdesenvolvimento. Rio de Janeiro: Editora Fundo de Cultura, 1961.

______. Formação econômica do Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fundo de Cultura, 1959.

______. A economia brasileira: contribuição à análise do seu desenvolvimento. Rio de Janeiro: Editora A Noite, 1954.

GUIMARÃES, V. et al. Convergências e complementaridades da corrente neoschumpeteriana com o pensamento estruturalista de Celso Furtado. In: SABOIA, J. CARDIM, F.(Org.) Celso Furtado e o século XXI, São Paulo: Ed. Manole. 2006.

KOELLER, P. Política nacional de inovação no Brasil. Releitura das estratégias do período de 1995-2006. Tese (Doutorado) - IE/UFRJ, Rio de Janeiro, 2009.

LASTRES, H. M. M. et al. Desenvolvimento é política no território. In: BNDES, CGEE e Centro de Altos Estudos Brasil Século XXI, Projeto Desafios do Desenvolvimento. Rio de Janeiro, ago. 2014. Mimeografado.

MORCEIRO, P. Desindustrialização na economia brasileira no período 2000-2011: abordagens e indicadores. São Paulo: Editora Unesp, 2012.

MYRDAL, G. Economic theory and under-developed regions. Londres: Duckworth, 1957.

PAULA, J. A. Brasil: passado e futuro. In: SOUZA, P. (Org.). Brasil, sociedade em movimento. São Paulo: Paz e Terra, 2015.

POCHMAN, M. Economia global e a nova divisão internacional do trabalho. Campinas, São Paulo: IE/Unicamp, 1997. Mimeografado.

REINERT, E. The role of technology in the creation of rich and poor nations: Underdevelopment in a schumpeterian system. In: ALDCROFT, D.; ROSS C. (Eds). Rich Nations - Poor Nations. The long run perspective. Aldershot: Edward Elgar, 1996.

SERFATI, C. Financial dimensions of transnational corporations, global value chain and technological innovation. In: Journal of Innovation Economics, vol. 2, 2008.

TAVARES, M. C. Auge e declínio do processo de substituição de importações no Brasil. In: ______. Da substituição de importações ao capitalismo financeiro: Ensaios sobre economia brasileira. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 1972.

______. As políticas de ajuste no Brasil: os limites da resistência. In: TAVARES, M. C.; FIORI, J. L. (Eds.) Desajuste global e modernização conservadora. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

_______TAVARES, M. C.; BELLUZZO, L. G. Tavares, Capital Financeiro e Empresa Multinacional. In: Revista Temas de Ciências Humanas, vol. 9, 1980.

ZUCOLOTO, G. Determinantes da inovação tecnológica no Brasil. RedeSist. Rio de Janeiro: IE/UFRJ, 2014. Mimeografado.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.