Brasil e China: divergências e convergências entre agendas de desenvolvimento
Resumo
O presente artigo propõe fazer um contraste entre as agendas de desenvolvimento do Brasil e da China tomando como referência suas relações comerciais. Utilizando-se de fatos estilizados analisa as capacidades dos respectivos governos na formulação de políticas de longo prazo com vistas a posicionar o país na economia global ao mesmo tempo em que procura satisfazer os interesses estratégicos internos. Constata que os riscos verificados para a economia brasileira em suas relações comerciais com a China são, em grande parte, resultado das escolhas e políticas adotadas pelos respectivos governos sobre os processos nacionais de desenvolvimento, os quais são necessariamente regidos em função do espaço de manobra que se apresenta em cada caso.
Downloads
Referências
ACIOLY, L.; PINTO, E.C.; CINTRA, M. A. M. As relações bilaterais Brasil-China; a ascensão da China no sistema mundial e os desafios para o Brasil. Working paper. Brasília: Ipea, 2011.
ABRACHE, J. Is brazilian manufacturing losing its drive?. Brasília, out 2012. Mimeo.
ALBURQUERQUE, E. M. Catching up no século XXI: construção combinada de sistemas de inovação e de bem-estar social. In: SICSÚ, J. Crescimento econômico: estratégias e instituições. Brasília: Ipea, p. 55-83, 2009.
ANDERSON, J. China’s industrial investment boom and the Renminbi. In: GOLDSTEIN, M.; LARDY, N. R. (eds.). Debating China’s exchange rate policy. Washington, DC: Peterson Institute for International Economics, 2008.
BALAGTAS, J. V.; HOLT, M. The commoditity terms of trade, unit roots and nonlinear alternatives: a smooth transition approach. In: Americam Journal of Agricultural Economics, vol. 91, n. 1, p. 87-105, 2009.
BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN). Disponível em: www.bacen.gov.br. Vários acessos em 2013.
BARROS DE CASTRO, A. B. No espelho da China. In: BRESSER-PEREIRA, L.C. (ed.). Doença Holandesa e indústria. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2010.
______. The impact of public policies in Brazil along the path from semi-stagnation to growth in a sino-centric market. In: CIMOLI, M.; DOSI, G.; STIGLITZ, J. E. (eds.). Industrial policy and development. New York: Oxford University of Press, 2009.
BONELLI, R.; PESSÔA, S. de A. Desindustrialização no Brasil: um resumo da evidência. Rio de Janeiro: Ibre/Fundação Getúlio Vargas, 2010. (Texto para Discussão n. 7).
BOYER, R. Is a finance-led growth regime a viable alternative to Fordism? A preliminary analysis. In: Economy and Society, vol. 29, February 2000, p.115-145.
BRESSER-PEREIRA, L. C. Doença Holandesa e sua neutralização: uma abordagem ricardiana. In: BRESSER-PEREIRA, L. C. (ed.). Doença Holandesa e indústria. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2010.
CANO, W.; GONÇALVES DA SILVA, A. L. Política industrial do governo Lula. Campinas/ São Paulo: IE//Unicamp, 2010. (Texto para Discussão n. 181).
CHERNAVSKY, E.; LEÃO R. P. F. A evolução e as transformações estruturais do comércio exterior chinês. In: ACIOLY, L.; LEÃO, R. P.F. (eds.). Comércio internacional: aspectos teóricos e as experiências indiana e chinesa. Brasília: Ipea, 2010.
CIMOLI, M.; DOSI, G.; CORDEN, W. M. China’s exchange rate policy, its current account surplus and the global imbalances. The Economic Journal, n. 119, November 2009, p. 430-441.
CIMOLI, M.; DOSI, G.; STIGLITZ.J. E. The political economy of capabilities accumulation: the past and the future of policies for industrial development. In: CIMOLI, M.; DOSI, G.; CORDEN, W. M. China’s exchange rate policy, its current account surplus and the global imbalances. The Economic Journal, n. 119, November 2009, p. 430-441.
______. Booming sector and Dutch disease economics: survey and consolidation. In: Oxford Economic Papers, n. 36, p.359-380, 1984.
CONSELHO EMPRESARIAL BRASIL-CHINA (CEBC). Investimentos chineses no Brasil. Rio de Janeiro: Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), 2011.
ERBER, F. S. As convenções de desenvolvimento no governo Lula: um ensaio de economia política. In: Revista de Economia Política, vol. 31, n. 1, p. 31-55, 2011.
EICHENGREEN, B.; TONG, H. How China is reorganizing the world economy. In: Asian Economic Policy Review, n. 1, p. 73-97, 2005.
FURTADO, C. Ensaios sobre a Venezuela: subdesenvolvimento com abundância de divisas. In: Arquivos Celso Furtado, vol. 1. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008.
GONÇALVES, R.; e BARROS, A. C. Tendências dos termos de troca: A tese de Prebish e a economia brasileira 1850-1979. In: Pesquisa e Planejamento Econômico n. 2, abr. 1982, p.109-132.
INTERNATIONAL MONETARY FUND (IMF). Changing patterns of global trade. Washington, June 2011.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Contas Nacionais. Disponível em: www.ibge.gov.br. Vários acessos em 2013.
LIN, J. Y. Desmystifying the chinese economy. New York: Cambridge University Press, 2012.
MARÇAL, E. F. Há realmente uma tendência à deterioração dos termos de troca? Uma análise dos dados brasileiros. In: Revista Economia, n. 7, mai.-ago. de 2006, p. 307-329.
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR (MDIC). Plano Brasil maior. Disponível em: www.brasilmaior.mdic.gov.br. Vários acessos em 2013.
NASSIF, A. Há evidências de desindustrialização no Brasil? In: Revista de Economia Política, vol. 28, n. 1, p. 72-96, 2008.
NATIONAL BUREAU OF STATISTICS OF CHINA. Disponível em: www.stats.gov.cn/english. Acesso em 21 de janeiro de 2013.
NAUGHTON, B. The chinese economy. Cambrigde, Massachusetts: Massachusetts Institute of Technology (MIT), 2007.
NONNEBERG, M. J. B. Estratégia de desenvolvimento da China. In: BRESSER-PEREIRA, L.C. (org.). Doença holandesa e indústria. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2010.
______. China: estabilidade e crescimento. In: Revista de Economia Política, vol. 30, n. 2, p. 201-218, 2009.
OCAMPO, J. A.; PARRA, M. A. The terms of trade for commodities in the twentieth century. In: Review,n.. 79. Santiago, Chile: Cepal, 2003.
PALMA, G. Four sources of de-industrialisation and a new concept of the Dutch disease. Working paper. University of Cambridge, May 2007.
PREBISCH, R. The economic development of Latin America and its principal problem. In: The Economic Bulletin for Latin America, n. 7, p. 1-51, 1950.
RODRIK, D. Making room for China in the world economy. Working paper. Cambridge: Harvard Kennedy School, December 2009.
SALAMA, P. Les économies émergentes latino-américaines, entre cigales et fourmis. Paris : Armand Colin, 2012.
SINGER, H. The distribution of gains between investing and borrowing countries. In: American Economic Review, n. 40, p. 473-485, 1950.
STIGLITZ, J. E. (ed.). Industrial policy and development. New York: Oxford University of Press, 2009.
THE CONFERENCE BOARD. The Conference Board Total Economy Database: summary statistics, January 2010. Disponível em: www.conference.org. Vários acessos em 2013.
WADE, R. H. Lessons from East Asia’s development experience. In: DAUDERSTADR, M. (ed.). Towards a prosperous wider Europe: macroeconomic policies for a growing neighborhood. Bonn: Friedrich-Ebert Foundation, p. 98-115, 2005.
WORLD TRADE ORGANIZATION (WTO). Annual Report 2011. Disponível em: www.wto.org. Vários acessos em 2013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).