Intérpretes do pensamento desenvolvimentista
Resumo
O Instituto de Economia da Unicamp foi o ponto de encontro para a entrevista com o professor Wilson Cano, que lá nos esperava na sua sala de trabalho. Dificilmente haveria lugar mais apropriado. Ele foi um dos idealizadores do Instituto de Economia, no qual tornou-se professor titular e uma de suas principais referências para estudantes e pesquisadores do Brasil e do exterior. Como professor colaborador ainda na mesma instituição, continua pesquisando e refletindo sobre o estágio recente da economia brasileira e mundial, para satisfação de seus inúmeros admiradores.
Ao longo da entrevista, Wilson Cano demonstrou sua disposição e vocação para o debate público. Com raciocínio rápido e hábil em seus argumentos, respondeu com clareza e objetividade às perguntas dos interlocutores, sem perder nunca a oportunidade de defender sua interpretação sobre as escolhas feitas, ou que deveriam ser feitas pelo país.
Para as novas gerações é importante dizer que o entrevistado é autor de diversos livros de referência no campo da Economia Política, tais como: “Raízes da Concentração Industrial em São Paulo”, “Desequilíbrios Regionais e Concentração Industrial no Brasil 1930-1970”, “Introdução à Economia” e, mais recentemente, “Desconcentração Produtiva Regional do Brasil: 1970-2005”. Sucessivas gerações de economistas assistiram suas aulas e conferências ou procuram ler seus livros. Sem diminuir a importância de suas análises para os estudantes de economia, convém lembrar que o professor Wilson Cano tornou-se uma referência para muitos economistas das regiões menos desenvolvidas. A temática das desigualdades regionais no Brasil nem sempre recebeu a devida atenção das principais universidades localizadas no estado de São Paulo. Isso mudou com o trabalho de seu grupo de pesquisa no Instituto de Economia da Unicamp.
Nesta entrevista, Wilson Cano falou de sua escolha pela economia, muito influenciada pela agenda do governo Juscelino Kubitschek, e principalmente pelo “trabalho e as ideias de Celso Furtado”. Refletiu sobre o impacto das mudanças trazidas pela economia chinesa e analisou o modelo de desenvolvimento implantado a partir do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e os desafios que deverão ser enfrentados pelo governo Dilma Rousseff. Enfim, não se furtou em dividir com o leitor suas convicções e preocupações, sempre norteadas pela defesa do interesse da economia nacional, da justiça social e da democracia.
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