Desenvolvimento, instituições e atores sociais

Luciano Coutinho

Resumo


Ao assumir a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, em maio de 2007, o economista Luciano Coutinho sublinhou em seu discurso que a nova etapa do desenvolvimento brasileiro exigiria um esforço criativo e inovador, uma combinação de ousadia e prudência. Em setembro do ano seguinte, ele mesmo daria provas dessa determinação, ao participar ativamente do esforço do governo Lula para minimizar os efeitos da crise econômica mundial sobre dezenas de empresas brasileiras e sobre o sistema financeiro do país. Foi um longo trabalho de reestruturação e de cooperação com o mercado de crédito, viabilizado por uma política anticíclica cujos principais mecanismos ele revela nesta entrevista. Na conversa com Cadernos do Desenvolvimento, ocorrida num "m de tarde de junho, na sede do BNDES, no centro da cidade do Rio de Janeiro, Luciano Coutinho estendeu-se por um leque de temas sobre os quais vem refletindo não só na presidência do Banco mas ao longo de sua vida acadêmica, como professor titular da Unicamp e professor visitante das universidades de Paris XIII, do Texas, do Instituto Ortega y Gasset e da USP. Entre esses temas, ele discorre sobre a política industrial brasileira, seus avanços e recuos; o novo e complexo papel do Estado no Brasil e nas economias em desenvolvimento; a questão das desigualdades regionais; a necessidade de se levar adiante um projeto nacional de desenvolvimento; e, nesse quadro, a própria atuação do BNDES. Luciano Coutinho, nascido em Pernambuco, fez mestrado em economia na USP e doutorado na Universidade de Cornell. De 1985 a 1988 foi secretário executivo do então recém-criado Ministério de Ciência e Tecnologia, tendo participado da elaboração das políticas voltadas para setores como a biotecnologia, a informática, a química fina, a mecânica de precisão e novos materiais. Em 1994 coordenou o Estudo de Competititivade da Indústria Brasileira, extenso trabalho que mapeou a fundo o setor industrial brasileiro. [CONTINUA]


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