A moeda como instrumento para a redução da desigualdade de renda do Brasil (1995-2014)
Resumo
Neste artigo relacionamos a moeda com a desigualdade de renda. Utilizamos os agregados monetários e analisamos seu impacto sobre a disparidade de renda entre os anos 1995 e 2014. Por meio do VEC, obtemos relações negativas de longo prazo entre os agregados M2 e M3 com a desigualdade. Entretanto, o agregado M4 apresentou sinal positivo, evidenciando que sua expansão é relacionada com o agravamento da distribuição de renda. Tal resultado pode ser entendido pelos detentores dos ativos financeiros compreendidos nesse agregado e pela indexação desses ativos com a taxa de juros Selic. Concluímos que os agregados possuem potencial para amenizar a disparidade de renda ao proteger a população de perdas advindas da inflação.
Palavras-chave
Desigualdade de Renda; Agregados Monetários; Sistema Financeiro.
ABSTRACT
This article looks at the relationship between currency and income inequality. We use monetary aggregates and analyse their impact on the disparity of income between the years 1995 and 2014. Using the VEC model, we found a negative relationship in the long-term between the M2 and M3 aggregates and inequality. However, the M4 aggregate proved positive, suggesting that its expansion was linked to a worsening in the distribution of income. This result may be understood by considering the holders of financial assets covered by this aggregate and by the indexation of their assets to the Selic benchmark interest rate. Our conclusion is that these aggregates have the potential to mitigate income disparities by protecting the population from losses resulting from inflation.
Keywords
IncomeI nequality; Monetary Aggregates; Financial System.
JEL classification:E25; E50; E02; G00.
Texto completo:
PDFReferências
ABITANTE, Kleber Giovelli. Desigualdade no Brasil: um estudo sobre convergência de renda. Pesquisa & Debate, São Paulo, vol. 18, n. 2, p. 155-169, jan, 2007.
ATKINSON, Anthony B. Desigualdade: O que pode ser feito? Tradução de Elisa Câmara. São Paulo: Leya, 2016.
BACEN. Banco Central do Brasil. Séries Temporais, 2017. Disponível em . Acesso em: 12 nov. 2017.
BANCO MUNDIAL. Banco de dados de diversos países, 2017. Disponível em: . Acesso em: 3 out. 2017.
BARROS, Ricardo Paes; MENDONÇA, Rosa Silva Pinto de. Os determinantes da desigualdade no Brasil. Rio de Janeiro: IPEA, 1995.
BITTENCOURT, Manoel F. Meyer. Financial Development and Inequality: Brazil 1985-99. 2006. 25 f. Dissertação (Mestrado em Economia). University of Bristol, Bristol, 2006.
DINIZ, Clélio Campolina. A questão regional e as políticas governamentais no Brasil. CEDEPLAR/FACE/UFMG, 2001. (Texto para discussão n.º 159)
FORTUNA, Eduardo. Mercado financeiro: produtos e serviços. 16. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005.
GUJARATI, Domador N. Econometria básica. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estatísticas Econômicas. 2017. Disponível em . Acesso em: 15 jul. 2017.
IPEADATA. Base de dados, 2017. Disponível em Acesso em: 15 jul. 2017.
LOPES, João do Carmo; ROSSETI, José Pascoal. Economia Monetária. São Paulo: Atlas, 2011.
RODRIGUES, Mauro; SABBADINI, Ricardo. Impactos da inflação sobre a desigualdade de renda. Economia & Tecnologia, São Paulo, vol. 22, n. 6, p.111-121, set. 2010. Disponível em: . Acesso em: 1 nov. 2017.
Apontamentos
- Não há apontamentos.