Editorial | Nº 20
Resumo
O volume 20 dos Cadernos do Desenvolvimento traz mais dois artigos debatidos no seminário Qual Desenvolvimento?, realizado pelo Centro Celso Furtado, no Colégio Brasileiro de Altos Estudos/UFRJ, em julho passado: [1] o do economista do IPEA, José Celso Cardoso Jr., e da professora da USP, Leda Paulani.
Outro dossiê, com três artigos, integra este número. São trabalhos apresentados no Colóquio 65 anos da CEPAL no México: Releitura do Estruturalismo Latino-Americano, ocorrido na cidade do México, em outubro de 2016. Sob o título Dossiê Juan Noyola Vázquez, os artigos foram elaborados tendo como motivação o período de Celso Furtado no México nos idos dos anos 1950. Naquela ocasião Celso Furtado elaborou um Estudo sobre o México, com os mexicanos Juan Noyola e Oscar Soberón, e o chileno Osvaldo Sunkel. Este estudo apenas recentemente veio a público, e traz novos insights sobre a formulação do pensamento estruturalista latino-americano. O relato sobre a elaboração do Estudo é feito no artigo de Rosa Freire d‘Aguiar. Uma análise do desenvolvimento do pensamento de Noyola e Furtado sobre o estruturalismo é apresentada por Arturo Guillén, que atribui ao estudo sobre a economia Mexicana lugar de destaque na teoria estruturalista do desenvolvimento. A contribuição de Monika Meireles busca a discussão sobre o desenvolvimento e o subdesenvolvimento em Celso Furtado para o momento atual da crise econômica, social e política no Brasil.
A seção de artigos apresenta três contribuições. O primeiro discute a mudança no direcionamento da política monetária dos bancos centrais após a crise financeira de 2007 e o período recessivo na Europa em 2010. O segundo artigo discute como as relações entre o Estado e o setor empresarial influenciaram os modelos de desenvolvimento de Brasil e Venezuela. O terceiro artigo traz uma análise do primeiro governo Dilma Rousseff sob a ótica das mudanças na forma de integração da força de trabalho no processo de crescimento recente da economia brasileira.
O entrevistado deste número é o ex-chanceler Celso Luiz Nunes Amorim, diplomata de profissão e com uma carreira repleta de realizações. Nesta entrevista o embaixador e ex-chanceler revela como por pouco não abandonou a carreira para se dedicar a outra paixão: o cinema. Sobre o período em que ocupou o cargo de chanceler, durante os dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim discorreu sobre o multilateralismo com multipolaridade e como a diplomacia brasileira goza de uma boa reputação no contexto da diplomacia mundial.
A resenha incluída neste número é da economista Helena M. M. Lastres, professora do Instituto de Economia da UFRJ e coordenadora da RedeSist, sobre o livro de Erik S. Reinert, Como os países ricos ficaram ricos... e por que os países pobres continuam pobres. Nas palavras de Helena Lastres, o livro se apresenta como “... a melhor fonte de informação e de conselhos aos países menos desenvolvidos e todos aqueles que desejam trilhar os caminhos do desenvolvimento.”
Maio de 2017.
Carmem Feijó
Editora
[1] Link do seminário: http://www.centrocelsofurtado.org.br/interna.php?ID_M=1466.
Texto completo:
PDFApontamentos
- Não há apontamentos.