Capital científico institucional na transformação territorial-regional dos municípios lindeiros

Giovana Goretti Feijó de Almeida, Douglas André Roesler, José Angelo Nicácio

Resumo


O desenvolvimento territorial engloba distintos atores sociais, sendo um deles as universidades. A transferência do capital científico voltado à inovação tecnológica é percebida como fonte de desenvolvimento territorial. O objetivo é compreender como o capital científico das universidades pode ser utilizado na transformação territorial-regional dos municípios Lindeiros ao lago da Itaipu, no Paraná, Brasil. A metodologia da pesquisa apresenta estudo de casos múltiplos em dezesseis municípios lindeiros. Trata-se de um estudo qualitativo que usa um protocolo de pesquisa com oito variáveis. Os resultados evidenciaram que o capital científico é um ativo relevante para a transformação do território, mas precisa ser ativado para ser efetivo. A conclusão reitera que a transformação do território demanda também de capital científico, responsável pelos ativos tecnológicos e de inovação. Trata-se de uma estratégia territorial-regional a longo prazo centrada no desenvolvimento urbano-sustentável de municípios, regiões e países, em especial, nos municípios que sofreram impactos ambientais severos.


Palavras-chave


Desenvolvimento Territorial; Capita Científico; Ativos Territoriais; Transferência de Conhecimento; Municípios Lindeiros

Texto completo:

PDF

Referências


ABRAMOVAY, R. O capital social dos territórios: repensando o desenvolvimento rural. Economia Aplicada, v. 4, n. 2, p. 379-397, 2000.

AGUSTINHO, E.; GARCIA, E. Inovação, transferência de tecnologia e cooperação. Direito e Desenvolvimento, v. 9, n. 1, p. 223-239, 2018.

AUDY, J. A inovação, o desenvolvimento e o papel da Universidade. Estudos Avançados, v. 31, n. 90, p. 75-87, 2017.

BOURDIEU, P. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: Ed. Unesp, 2004.

BOURDIEU, P.; WACQUANT, L. Una invitación a la sociología reflexiva. Buenos Aires: Siglo Vintiuno, 2012.

CALDEIRA, T. P. R. Desigualdade e Legitimidade: problematizando a produção de conhecimento social. Tempo Social, v. 33, n. 3, p. 21-45, 2021.

CALDERÓN, A. I. Repensando o papel da universidade. RAE, v. 44, n. 2, p. 104-108, 2004.

DANERI, D. D. R.; TRENCHER, G.; PETERSEN, J. Students as change agents in a town-wide sustainability transformation: the Oberlin Project at Oberlin College. Current Opinion in Environmental Sustainability, v.16, p. 14-21, 2015.

FAVARETTO, A. Multiescalaridade e multidimensionalidade nas políticas e nos processos de desenvolvimento territorial: acelerar a transição de paradigmas. In: Desenvolvimento regional: processos, políticas e transformações territoriais. São Carlos: Pedro & João Ed., 2020.

FREITAS, R. S. Três lugares para a crise de legitimidade da ciência. Tempo Social, v. 33, n. 3, p. 47-69, 2021.

JIMÉNEZ GARCÍA, S. A. Las culturas de formación de investigadores de la educación em das comunidades académicas de México. México: Plaza y Valdés; Universidad Guadalajara, 2010.

LIMA, L. L.; D’ASCENZI, L. Formulação e Implementação da Política Pública de Desenvolvimento Local em Porto Alegre. Redes, v. 22, n. 3, p. 225-249, 2017.

MOSER, A. C.; THEIS, I. M. Investimentos em C&T e desigualdades socioespaciais no Brasil. Tempo Social, v. 26, n. 2, 2014.

PECQUEUR, B. O desenvolvimento territorial: uma nova abordagem dos processos de desenvolvimento para as economias do sul. Raízes, v. 24, n. 1-2, p. 10-22, 2005.

PEREIRA, J. A.; ZACARIAS, G. C.; SILVA, M. A. C. Perspectivas do território e desenvolvimento local: estudo sobre a constituição do município de Naviraí, MS, como polo urbano regional. Interações, Campo Grande, v. 22, n. 1, p. 309-327, 2021.

PHILIPPI, D. A. et al. Cooperação tecnológica do programa rio de leite: efeitos no capital científico e humano técnico. Revista Brasileira de Gestão e Inovação, v. 7, n. 3, p. 1-25, 2020.

PIRES, A. P. Os conceitos de campo científico, habitus científico e capital científico na análise da formação de pesquisadores para o campo da Política Educacional. Revista de Estudios Teóricos y Epistemológicos en Política Educativa, v. 7, e2219875, p. 1-17, 2022.

REHBEIN, M. O.; ROSS, J. L. S. Impacto ambiental urbano: revisões e construções de significados. GEOUSP Espaço e Tempo, v. 14, n. 1, p. 95-112, 2010.

RODRÍGUEZ, A. E. R.; PÉREZ, E. A.; MONTERO, A. B. Município inteligente para o desenvolvimento local sustentável a partir da gestão do conhecimento. Interações, Campo Grande, v. 22, n. 3, p. 977-1000, 2021.

RUSSELL, B. Abc da relatividade. Rio de Janeiro: Zahar, 1974.

SAQUET, M. A. A descoberta do território e outras premissas do desenvolvimento territorial. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, v. 20, n. 3, 2018.

SAQUET, M. A.; BRISKIEVICZ, P. Territorialidade e identidade: um patrimônio no desenvolvimento territorial. Caderno Prudentino de Geografia, v. 31, n. 1, p. 1-14, 2009.

SCHNEEGANS, S.; LEWIS, J.; STRAZA. T. (Eds.). Relatório de Ciências da UNESCO: A corrida contra o tempo por um desenvolvimento mais inteligente – Resumo executivo. Paris: UNESCO Pub., 2021.

SHIOTA, Q. et al. A Rede de universidades da rota de integração latino-americana (unirila) e o corredor bioceânico: relações culturais entre Porto Murtinho/Brasil e Carmelo Peralta/Paraguai. Interações, Campo Grande, v. 22, n. 4, p. 1175-1188, 2021.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.