A dependência revisitada: a inserção internacional comparada entre América Latina e China na década de 2000-2010
Resumo
O objetivo deste artigo é estudar como se apresenta a inserção da América Latina e da China no atual contexto internacional, considerando a categoria do conceito de dependência. O modelo de desenvolvimento implementado na década de 1990 provocou na América Latina um choque competitivo, decorrente das mudanças estruturais macroeconômicas. Nesse período, a China ampliou seu poder econômico por meio de uma estratégia de desenvolvimento centrada na modernização da indústria. No entanto, a trajetória macroeconômica e a forma de inserção internacional da China apresentam-se bem diferentes da América Latina. Nessa perspectiva e com base no conceito de dependência, será feita uma leitura do atual contexto internacional.
Downloads
Referências
ALMEIDA, J. E. Subdesenvolvimento e dependência: uma análise comparada de Celso Furtado e Fernando Henrique Cardoso. Tese (Doutorado em Economia). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: 2009.
BARBOSA, A. F. China e América Latina na nova divisão internacional do trabalho. In: LEÃO, R. F.; PINTO,
E. C.; ACIOLY, L. A China na nova configuração global. Impactos políticos e econômicos. Brasília:
Ipea, 2011.
BELLUZZO, L. G. Dinheiro e as transfigurações da riqueza. In: TAVARES, M. C.; FIORI, J. L.(Orgs.).
Poder e dinheiro. Uma economia política da globalização. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
BRAGA, J. C. Financeirização global: o padrão sistêmico de riqueza do capitalismo contemporâneo. in:
TAVARES, M. C.; FIORI, J. L. Poder e dinheiro: uma economia política da globalização. Petrópolis,
RJ: Vozes, 1997.
CARDOSO, F. H.; FALETTO, E. Dependência e desenvolvimento na América Latina: ensaio de interpretação sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1970.
CARNEIRO, R. Globalização financeira e inserção periférica. Revista Economia e Sociedade. Campinas,
n. 13, p. 57-92, dez. 1999.
_______. Desenvolvimento em crise: a economia brasileira no último quarto do século XX. São Paulo: Unicamp, Instituto de Economia; Unesp, 2002.
CHESNAIS, F. A globalização e o curso do capitalismo de fim de século. Revista Economia e Sociedade,
Campinas, n. 5, p. 1-30, 1995.
_______. “Nova economia”: uma conjuntura específica da potência hegemônica no contexto da mundialização do capital. Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política. Rio de Janeiro, n. 9, p. 53-85, dez. 2001.
CINTRA, M. A. M.; SILVA FILHO, E. B. O sistema financeiro chinês: a grande muralha. In: CINTRA,
M. A. M. ; SILVA FILHO, E. B. ; PINTO, E. C. (Orgs.) China em transformação. Dimensões econômicas
e geopolíticas do desenvolvimento. Brasília: Ipea, 2015, p. 425-490.
CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe). Latin America and the Caribbean in the
World Economy 2010-2011. The region in the decade of the emerging economies. Santiago do Chile:
CEPAL, 2011.
_______. La República Popular China y América Latina y el Caribe. Diálogo y cooperación ante los nuevos desafíos de la economía global. Santiago do Chile: CEPAL 2012.
_______. Anuário Estadístico. Disponível em: . Acesso em: abr. 2014.
COUTINHO, L.; BELLUZZO, L. G. Desenvolvimento e estabilização sob finanças globalizadas. Economia
e Sociedade, Campinas, n. 7, 1996.
FEENSTRA, R. C. Introduction to China’s growing role in world trade. Working Paper 14716, National
Bureau of Economic Research, 2009.
FERRER, A. Globalización, desarrollo y densidad nacional. In: VIDAL, G.; GUILLÉN R. A. (Orgs.). Repensar la teoría del desarrollo en un contexto de globalización. Homenaje a Celso Furtado. Buenos Aires: CLACSO, 2007, p. 431-437.
FRANK, A. G. (1966) The development of underdevelopment. In: RHODES. Imperialism and underdevelopment: a reader. Nova York : Monthly Review Press, 1970.
_______. Acumulação dependente e subdesenvolvimento: repensando a teoria da dependência. São Paulo: Brasiliense, 1980.
FURTADO, C. (1967) Teoria e política do desenvolvimento econômico (Coleção Os Economistas). São Paulo: Abril Cultural, 1985.
GONZALEZ, F. Latin America in the economic equation - Winners and Losers: what can losers do? In:
RIORDAN, R.; PAZ, G. (Orgs.). China’s Expansion into the Western Hemisphere. Washington, DC:
Brookings Institution Press, 11 jun. 2008, p. 151-157.
IPEA (Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada). Inserção internacional brasileira: temas de política externa, vol. 1 (3), cap. 3. Brasília: 2010.
LALL, S. Reinventing industry strategy: the role of government policy in building industrial competitiveness.
UNCTAD/G-24. Documentos para discussão, série 28, abr. 2004.
MARINI, R. M. América Latina: dependência e integração. São Paulo: Brasil Urgente, 1992.
_______. Dialética da dependência. Petrópolis: Vozes, 2000.
_______. (1969) Subdesenvolvimento e revolução. Florianópolis: Insular, 2012.
MASWANA, Jean-Claude. China’s financial development and economic growth: exploring the contradictions. International Research Journal of Finance and Economics, v. 19, p. 89-101, 2008.
MEDEIROS, C. A. Padrões de investimento, mudança institucional e transformação estrutural na economia chinesa. In: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). Padrões de desenvolvimento (1950- 2008): América Latina, Ásia e Rússia. Brasília: CGEE, 2013.
MILANI, A. M. R. Cuestións para pensar o desenvolvemento no Brasil: especialización regresiva e tarifa
exportadora no período 2003-2010. Revista Galega de Economía, Universidade de Santiago de Compostela. Santiago de Compostela, España, vol. 22, n. 2, dez. 2013.
OREIRO, J. L; FEIJÓ, C. Desindustrialização: conceituação, causas, efeitos e o caso brasileiro. Revista de
Economia Política, São Paulo, vol. 30 n. 2, abr.-jun. 2010.
OSORIO, J. Crítica de la economía vulgar. Reproducción del capital y dependencia. México: Grupo Editorial Miguel Ángel Porrúa, jul. 2004.
PINTO, E. C. O eixo sino-americano e as transformações do sistema mundial: tensões e complementaridades comerciais, produtivas e financeiras. In: LEÃO, R. F.; PINTO, E. C.; ACIOLY, L. (Orgs.). A China na nova configuração global. Impactos políticos e econômicos. Brasília: Ipea, 2011.
ROWTHORN, R; RAMASWANY, R. Growth, trade and eeindustrialization. IMF Staff Papers, vol. 46, n. 1, 1999.
SANTOS, T. Dependencia y cambio social. Buenos Aires: Amorrortu, 1973.
SARTI, F.; LAPLANE, M. Indústria mundial: mudanças e tendências recentes. Texto para discussão.
Unicamp, n. 186, dez. 2010.
SINGH, A. Manufacturing and de-industrialization. In: EATWELL, J.; MILGATE, M.; NEWMAN, P.
(Orgs.). The New Palgrave: A Dictionary of Economics. Londres: The Macmillan Press, 1987.
TORIJA-ZANE, E. Desarrollo industrial y política macroeconómica de los dragones asiáticos: 1950–2010.
Santiago de Chile: CEPAL, 2012.
TREGENNA, F. employment Characterizing and deindustrialization: an analysis of changes in manufacturing,
employment and output internationally. Cambridge in Journal of Economics, Vol. 33, 2009.
UNCTAD. Word Investment Report: transnational corporations, agricultural production and development. Nova York, Genebra, 2003.
_______. Word Investment Report: Investing in a low-carbon economy. Nova York, 2010.
WANG, H.; HONG, Y. China: Technology development and management in the context of economic reform and opening. Journal of Technology Management in China, vol. 4, n. 1, 2009.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).