Editorial
Abstract
Este número de Cadernos do Desenvolvimento apresenta dois dossiês. O primeiro é um estudo do professor Reinaldo Guimarães intitulado a “A indústria farmacêutica e seus desafios”. Este trabalho foi apresentado no 4º Congresso do Centro Celso Furtado, sob o tema “Indústria e desenvolvimento: a nova onda da indústria 4.0 e o futuro do Brasil”, realizado no Rio de Janeiro nos dias 9 e 10 de agosto passado. Nos próximos números da revista iremos publicar os demais trabalhos. O segundo dossiê é assinado pelo professor Clélio Campolina Diniz: “Minas Gerais e a economia nacional”. Nesse ensaio, o autor apresenta suas reflexões recentes sobre o desenvolvimento de seu estado de origem. O professor Campolina é também o entrevistado na seção “Intérpretes do pensamento desenvolvimentista”. Como um dos maiores especialistas brasileiros em economia regional e planejamento econômico, em seu depoimento recupera os grandes debates que nortearam as estratégias de desenvolvimento do país desde o século passado.
A seção de artigos submetidos apresenta sete contribuições. A primeira é um ensaio crítico sobre as teses recém-lançadas no livro de Laura Carvalho a respeito do desempenho recente da economia brasileira desde 2003. O autor debate, em particular, a sustentabilidade do crescimento da economia brasileira à luz das propostas da autora. O segundo artigo trata da relação entre os agregados monetários e a desigualdade de renda. Por meio de um modelo econométrico, os autores concluem que agregados monetários possuem potencial para amenizar a disparidade de renda ao proteger a população de perdas advindas da inflação. O terceiro artigo compara os processos de abertura econômica do Brasil e do México para concluir que ambas as economias reduziram seu potencial de crescimento, resultado oposto ao esperado pela teoria da repressão financeira. O quarto artigo aborda a questão do desenvolvimento regional do ponto de vista das superintendências regionais, que, ao longo do tempo, foram sendo enfraquecidas. Com o olhar da economia política, o artigo interpreta os caminhos trilhados pelas instituições de desenvolvimento regional para sugerir medidas para o seu fortalecimento em várias dimensões. O quinto artigo discute, à luz de Celso Furtado, a questão da absorção de tecnologias modernas pelos países periféricos, colocando em destaque o problema da reprodução dos padrões de consumo criados nos países desenvolvidos e questionando a adequação da tecnologia moderna para a superação da condição de subdesenvolvimento. O sexto artigo, ao recuperar a controvérsia sobre planejamento econômico entre Roberto Simonsen e Eugênio Gudin nos anos 1940, traz a reflexão sobre o papel do Estado na economia. Por fim, o último artigo recupera o debate sobre a industrialização brasileira a partir de uma revisão da obra do Celso Furtado e Caio Prado Junior. Os autores concluem que a industrialização seria uma condição essencial, porém não suficiente, para se romper as amarras do subdesenvolvimento.
A resenha incluída neste número é do livro Teorias e políticas do desenvolvimento latino-americano, coletânea de textos organizada pelo professor Carlos Antônio Brandão, editado pelo Centro Celso Furtado. O livro discute as contribuições acadêmicas para pensar o processo de desenvolvimento na América Latina ao longo de sete décadas. Quem assina a resenha é a professora Deborah Werner, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Novembro, 2018.
Carmem Feijó
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