Investimentos externos diretos e o processo de catch-up: a experiência chinesa e as lições para o Brasil

Authors

  • Giorgio Romano Schutte Universidade Federal do ABC
  • Rogério Batista de Souza Reis Universidade Federal do ABC

Keywords:

Investimentos Externos Diretos, Catch-up, China, Brasil

Abstract

Na segunda metade da década de 2010, surgiu no Brasil novamente a aposta em uma abertura irrestrita ao capital internacional como forma de conectar o país ao desenvolvimento tecnológico e provocar um choque na economia que aumentaria a produtividade total dos fatores. O Brasil já é, há vários anos, um dos principais destinos dos Investimentos Externos Diretos, e uma vasta literatura enfatizou que não basta atrair as multinacionais. Há de se organizar mecanismos de transferência, difusão e espraiamento da tecnologia. Para isso, a atuação do Estado capacitado para contrabalancear as forças do mercado e com objetivos para o desenvolvimento definido é crucial. As experiências exitosas, entre as quais se destaca a China, mostram o investimento sustentado em capacidade tecnológica e de inovação endógena como essencial. Isso inclui criar condições para o surgimento de atores nacionais em condições de atuar globalmente.

 

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Giorgio Romano Schutte, Universidade Federal do ABC

Professor Associado da Universidade Federal do ABC, atuando nos cursos de graduação em Relações Internacionais e Ciências Econômicas e no Programa de Pós-graduação em Economia Política Mundial e Relações Internacionais. Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo; Mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Amsterdã.

Rogério Batista de Souza Reis, Universidade Federal do ABC

Doutorando em Economia Política Mundial pela Universidade Federal do ABC. Mestre em Ciências Humanas e Sociais pela Universidade Federal do ABC; Especialista em Gestão de Políticas de Saúde pela Universidade de Brasília; Bacharel em Gestão de Políticas Públicas pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo.

References

ACIOLY, Luciana. China: uma inserção externa diferenciada. Economia Política Internacional – Análise estratégica, n. 7, p. 24-31. out.-dez. 2005.

AMSDEN, Alice. Asia’s Next Giant: South Korea and Late Industrialization. Oxford: Oxford University Press, 1989.

ARBIX, Glauco. De JK a FHC: A reinvenção dos carros. São Paulo: Scritta, 1997.

ARRIGHI, Giovanni. Adam Smith in Beijing: Lineages of the Twenty-First Century. New York: Verso, 2007.

CASSIOLATO, J. E. As políticas de ciência, tecnologia e inovação na China. Boletim de Economia e Política Internacional, v. 13, p. 65-81, 2013.

CASSIOLATO, José E.; PODCAMENI, Maria G. B. As políticas de ciência, tecnologia e inovação na China. In: CINTRA, Marcos A. M. C; SILVA FILHO, Edison B. da; PINTO, Eduardo, C. (Orgs.). China em transformação: dimensões econômicas e geopolíticas do desenvolvimento. Rio de Janeiro: Ipea, 2015.

CASTRO, Ana C. Políticas de inovação e capacidades estatais comparadas: Brasil, China e Argentina. In: GOMIDE, Alexandre A.; BOSCHI, Renato. R. (Orgs.). Capacidades estatais em países emergentes: o Brasil em perspectiva comparada. Rio de Janeiro: Ipea, 2016.

CHANG, Ha-Joon. Chutando a escada. A estratégia do desenvolvimento em perspectiva histórica. São Paulo: Editora UNESP, 2003.

CHERIF, Reda; HASANOV, Fuad. The Return of the Policy that Shall not Be Named: Principles of Industrial Policy. IMF Working Papers, v. 19, n. 74, Washington, March 2019.

CINTRA, Marcos A. M.; SILVA FILHO, Edison B. da. O sistema financeiro chinês: a Grande Muralha. In: CINTRA, Marcos A. M; SILVA FILHO, Edison B. da; PINTO, Eduardo (Orgs.). China em transformação: dimensões econômicas e geopolíticas do desenvolvimento. Brasília: Ipea, 2015.

DENG, Ben Lian. Catching-up tecnológico: Politicas de upgrade Industrial na República Popular da China. Dissertação (Mestrado em Economia Política Internacional) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.

FLASSBECK, Heiner. China’s spectacular growth since the mid-1990: macroeconomic conditions and economic policy changes. In: UNITED NATIONS. China in a Globalizing World. New York; Geneva: United Nations, 2005.

FRANCO, Gustavo. O desafio brasileiro. Ensaios sobre desenvolvimento, globalização e moeda. São Paulo: Editora 34, 1999.

FURTADO, Celso. A Pré-revolução brasileira. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura. 1962.

FURTADO, Celso. Estado e empresas transnacionais na industrialização periférica. Revista de Economia Política, v. 1, n. 1, p. 41-49, jan.-mar. 1981.

GILPIN, Robert. U.S. Power and the Multinational Corporation: The Political Economy of Foreign Direct Investment. NYC: Macmillan, 1976.

GÓMEZ, J. M. et al. Investimento e inovação na economia chinesa. Policy Brief, Brics Policy Center, 5 out. 2011. Disponível em: https://bricspolicycenter.org/publicacoes/investimento-e-inovacao-na-economia-chinesa/. Acesso em: 22 jun. 2020.

JAGUARIBE, A. Capacidades estatais comparadas: a China e a reforma do sistema nacional de inovação. In: Capacidades estatais em países emergentes: o Brasil em perspectiva comparada. Rio de Janeiro: Ipea, 2016a.

JAGUARIBE, A. Brasil e China: novos desafios e dinâmicas de cooperação em Ciência e Tecnologia In: LIMA, Sérgio E. M. Brasil e China: 40 anos de relações diplomáticas. Análises e documentos. Brasília: FUNAG, 2016b.

LIST, Friedrich. The National System of Political Economy. London: Longmans; Green & Company, 1885.

LOW, Linda. The Role of Government in Singapore’s Industrialization. In: SUNDARAM, Jomo K. (Ed.). Southeast Asia’s Industrialization: Industrial Policy, Capabilities and Sustainability. New York: Palgrave, 2001.

MORAIS, Isabela N. Políticas de fomento à ascensão da China nas cadeias de valor globais. In: CINTRA, Marcos A.; SILVA FILHO; E. B. da; PINTO, E. C. (Orgs.). China em transformação: dimensões econômicas e geopolíticas do desenvolvimento. Rio de Janeiro: Ipea, 2015.

NAUGHTON, Barry. The Chinese Economy: Transitions and Growth. London: The MIT Press, 2007.

PINTO, E. C. A integração econômica entre China e Vietnã: estratégia China Plus One, investimentos e cadeias globais. In: CINTRA, M. A.; SILVA FILHO E. B. da; PINTO, E. C. (Orgs.). China em transformação: dimensões econômicas e geopolíticas do desenvolvimento. Rio de janeiro: Ipea, 2015.

RASIAH, Rajah. R&D and Export Intensities in Automotive Parts Firms in China, Malaysia, Philippines and Taiwan: Does ownership matter? RIETI Discussion Paper Series, 2007. Disponível em: https://www.rieti.go.jp/en/publications/summary/07040009.html. Acesso em: 22 jun. 2020.

RODRIK, Dani. Growth Strategies. In: AGHION, Philippe; DURLAUF, Steven (Eds.). Handbook of Economic Growth, v. 1, part A, ch. 14, p. 967-1014. Oxford: Elsevier, 2005.

SHEN, X. The Chinese Road to High Technology. Telecommunications Switching Technology in the Economic Transition. London: Palgrave Macmillan UK, 1999.

STOPFORD, John; STRANGE, Susan. Rival States, Rival Firms. Competition for World Market Shares. New York: Cambridge University Press, 1991.

VERNON. Raymond. Sovereignty at Bay: The Multinational Spread of U.S. Enterprises. Harlow: Longman, 1971.

WADE, Robert. Governing the Market. Princeton: Princeton University Press, 1990.

WÜBBEKE, Jost et al. Made in China 2025. The Making of a High-Tech Superpower and Consequences for Industrial Countries. Berlim: Mercator Institute for China Studies (Merics), 2016.

Published

2020-12-31

How to Cite

Schutte, G. R., & Reis, R. B. de S. (2020). Investimentos externos diretos e o processo de catch-up: a experiência chinesa e as lições para o Brasil. Cadernos Do Desenvolvimento, 15(27), 63–82. Retrieved from https://cadernosdodesenvolvimento.org.br/cdes/article/view/407

Issue

Section

Artigos